Conexão Digital
Você sofre da Síndrome da Fadiga Informativa?

    Você já sentiu que por mais que se dedique a ler jornais, revistas, artigos, programas de TV, seguir pensadores e vários canais em redes sociais, participar de cursos, congressos, palestras e tudo o mais parece que sempre há o que ser feito e que você se sente sempre perdendo algo e que deveria se dedicar mais?

    Você provavelmente está sendo vítima da Síndrome da Fadiga Informativa, nomeada pelo autor do livro “Morrendo pela Informação”, o Psicólogo David Lewis. David cita que esta síndrome pode gerar tensão, estresse, distúrbios de sono, problemas gástricos, irritabilidade e dificuldade de memorização. Em muitos casos pode levar até mesmo a doenças psiquiátricas como pânico, ansiedade e outros distúrbios.

    Seja no âmbito profissional como pessoal, vivemos com um apelo enorme pela busca por atualização e conhecimento, pois estes ativos cada vez mais serão um grande diferencial competitivo. Mas isso tem consequências negativas se você não souber seus limites pessoais. Sua saúde física e mental está em risco, caso você seja levado crer que embora esteja se dedicando tanto ainda assim não conseguirá assimilar o grande volume de informações disponíveis. É melhor relaxar, pois por mais que se esforce nunca conseguirá ter acesso a tudo e muito menos assimilar todas as informações que são pertinentes a sua atuação profissional.

    Claro que há profissionais que estão mais propensos a se sentirem pouco informados e sendo passados para trás pelo mercado e pela Internet, como jornalistas, profissionais de tecnologia da informação, designers e todos os profissionais que tem na Internet seu canal prioritário para o trabalho. Mas em geral todos estão propensos a serem vítimas desta síndrome tão ligada ao nosso tempo.

    Desafio da nossa era, que já nos assombrou em outros momentos.
    Muitos estudiosos do assunto, incluindo antropólogos, afirmam que a internet está tornando as pessoas mais ansiosas, estressadas e superficiais. Lê-se muito, mas de forma superficial e rasa. Entretanto, tudo não passa de um desafio que o nosso tempo nos imprime, saber lidar com tanta informação, oportunidades e conhecimento livre e acessível a qualquer hora e de qualquer lugar.

    Guardadas as devidas proporções, o mesmo ocorreu com o ocidente após a criação da prensa por Gutemberg, em 1439. Gutemberg acabou por lançar as bases materiais para a moderna economia baseada no conhecimento e pela primeira vez a disseminação da aprendizagem em massa, o que acabou por dar início a Renascença. Antes da prensa, a quantidade de informação circulante era muito menor visto que os livros não podiam ser impressos e eram escritos a mão. De certa forma o mesmo ocorreu com a criação da Internet, mas em proporções muito maiores do que na Renascença.

    Entretanto, muitos ainda sentem o impacto desta mudança tão drástica em poucas décadas. Afinal de contas em menos uma geração anterior nem mesmo tínhamos a própria Internet. Cada nova tecnologia de cada era traz seus desafios. A mesma quantidade de dados que nosso cérebro processa hoje diariamente um cidadão da Era Medieval processava em toda a sua vida.

    Como se libertar?
    Se você sofre com a síndrome de excesso de informação, a dica que lhe dou é que largue por um tempo as redes sociais, jornais, revistas, programa de TV e Rádio. A menos que este seja o seu trabalho, ninguém morrerá se você largar o Facebook, Twitter ou qualquer outra rede por alguns dias. Se você trabalha com Internet, utilize suas férias ou um feriado prolongado para dar um tempo para a sua cabeça. Em seu retorno, você perceberá que sobreviveu e poderá lidar novamente de uma melhor forma com isso.

    Sobre tentar saber tudo, seja conhecimento geral ou para sua profissão, sugiro que tente lidar com a ideia de que todos nós somos eternos aprendizes e que, por mais que seja necessário todos têm limites e que estes limites devem ser respeitados.

    Síndrome da Fadiga Informativa - EquipeDigital.com

     

    Você não precisa saber tudo!
    Aproveite esta informação para focar esforços para saber apenas aquilo que é mais importantes para você, sua família e profissão escolhida. Curta sua família, amigos e busque conhecimento nos momentos certos, intercalando com momentos de lazer a, sobretudo ócio, que também é muito importante para sua criatividade.

    Finalizo com uma frase de Albert Einstein sobre o assunto “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. Muita informação sem uma boa coordenação não serve para muita coisa. Criatividade e imaginação são as chaves para um bom trabalho com o conhecimento absorvido.

     


    Vicenzo Berti - EquipeDigital.comVicenzo Berti é sócio da EquipeDigital.com e trabalha com internet desde o milênio passado. Já trabalhou com vários projetos digitais no Brasil, em Portugal, Canadá, outros estados brasileiros e principalmente em Florianópolis/SC, onde reside.